A Vaquinha (Diabrotica speciosa) é um besouro pequeno e muito marcante, de coloração verde e amarela. Também é conhecida por brasileirinho, cascudinho ou patriota, e suas larvas são conhecidas como Larva-alfinete. É uma praga polífaga e subterrânea.
Este inseto se tornou uma praga importante no milho, causando um histórico de prejuízo expressivo no sul do Brasil e em algumas áreas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de alguns países da América do Sul. Alguns dos fatores que contribuíram para isso foram mudanças no sistema de produção dessa cultura (a ocorrência tem sido maior no sistema de plantio direto) e redução na população de inimigos naturais em campo. A D. speciosa também ataca outras culturas como soja, fumo, feijão e muitas hortaliças.
No campo, geralmente a maioria dos adultos de D. speciosa ficam na parte superior das plantas, independente do período do dia. Para ovipositar, as fêmeas da espécie buscam áreas onde o solo é mais escuro e úmido, e ovipositam no solo ao redor das plantas. Os ovos são amarelos e medem cerca de 0,5mm de comprimento. As larvas passam por três ínstares e variam de 10 a 12mm quando estão bem desenvolvidas, são esbranquiçadas, possuem cabeça de coloração marrom escura, têm uma placa quitinizada escura no último segmento abdominal e são rizófagas.
Já as pupas possuem tamanho aproximado de 5 mm de comprimento, são de coloração branca e ficam abaixo do nível do solo, protegidas em uma câmara pupal. Quando se tornam adultos, são fáceis de serem identificados. Eles possuem de 4,5 a 6mm de comprimento, sendo os machos menores do que as fêmeas, apresentam coloração verde e seis círculos amarelos nas asas. O ciclo de vida desta espécie leva de 24 a 40 dias.
Sintomas e danos para as plantas
Em milho, o dano principal se torna mais visível entre quatro e seis semanas após a emergência das plântulas. A larva-alfinete se alimenta das raízes das plantas e pode ocasionar morte de plântulas, acamamento das plantas com ventos fortes e alta precipitação pluviométrica, pois reduz a sustentação das plantas e se ataca as raízes adventícias pode deixar as plantas recurvadas (conhecido como “pescoço de ganso”), além de interferir na absorção de nutrientes e água pela planta. Os adultos também causam danos ao se alimentarem das folhas e dos estilo-estigmas nas espigas do milho.
Em outras culturas, também se torna importante a redução da área foliar das plantas pela alimentação dos adultos, que também pode ser uma via de transmissão de inúmeras viroses para as plantas. Além disso, a transmissão de viroses de um inseto para outro pode ocorrer devido ao contato destes com material regurgitado, defecado ou por meio de hemolinfa contaminada.
Prevenção e manejo
Excesso e baixa umidade do solo são desfavoráveis para a larva. O uso de inseticidas químicos (à base de Clorpirifós ou Fipronil) aplicados via tratamento de sementes, granulados ou pulverização no sulco de plantio ainda são os métodos de controle mais utilizados no Brasil, em áreas com histórico da praga.
Entretanto, vem aumentando o uso do manejo integrado dessa praga, com a associação de outras estratégias de manejo ao controle químico, como o uso de agentes de controle biológico. Para isso, podem ser utilizados os inimigos naturais Celatoria bosqi (taquinídeo) e Centistes gasseni (braconídeo), além dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
Pesquisas com D. speciosa
Na Pragas.com fornecemos espécimes de D. speciosa para estudos relacionados ao controle deste inseto-praga. A nossa criação em laboratório é desenvolvida para termos insetos com ótima sanidade, qualidade e com padronização de temperatura, alimento e ambiente, o que favorece o resultado das experimentações agrícolas.
Além disso, fornecemos uma série de insumos como bandejas, gaiolas e dieta artificial própria para esta espécie para viabilizar as pesquisas agrícolas, reduzir os custos com infraestrutura e mão de obra, para acelerar o desenvolvimento de tecnologias para o controle da D. speciosa.
Este artigo teve como referências:
https://www.agro.bayer.com.br/alvos/larva-alfinete-no-milho
https://www.agrolink.com.br/problemas/vaquinha-verde-amarela_254.html
GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. FEALQ, 2002.
http://www.pioneersementes.com.br/blog/17/manejo-de-pragas-iniciais-no-milho-safrinha
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-16572014000300238
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782002000500001
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/999017/1/documento375webIncluido.pdf
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/185006/1/cot090.pdf