O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo e o controle de insetos nas lavouras é um grande desafio para os agricultores.
O clima tropical quente e úmido, juntamente com o cultivo de duas ou mais safras em um mesmo ano, faz com que as pragas tenham condições ambientais favoráveis para se manterem em atividade no campo. Esse fator pode prejudicar muito a produção e a economia do país se não for superado de maneira sustentável.
Tratando especificamente do desenvolvimento das culturas de milho e soja, três lagartas são consideradas como as principais pragas.
Conheça:
Lagarta-do-cartucho – Spodoptera frugiperda
FOCO: Milho.
A Lagarta-do-cartucho é uma das principais pragas do milho, ocorrendo também nas culturas de soja e algodão. Esta praga está presente em todas as américas e foi recentemente identificada no continente africano e na Ásia. Conhecida por atacar o cartucho do milho, esta espécie tem causado prejuízos em todos os estágios da cultura.
Ataques
O ataque do inseto na base da planta durante a fase de estabelecimento da cultura, inviabiliza o desenvolvimento da mesma, contabilizando falhas de estande. Quando ataca o cartucho e consegue se estabelecer nas espigas, a lagarta causa redução de produtividade e impacta na qualidade dos grãos.
Danos como esses podem gerar cerca de 40% de perdas em produtividade da lavoura de milho.
Como manejar de forma sustentável?
– Dessecação antecipada
Para eliminar ponte-verde ou fontes de alimento do inseto.
– Monitoramento antes do plantio
Ao identificar a praga, utilize inseticidas para realizar o manejo.
– Tratamento de sementes
É essencial para proteger a cultura durante as fases iniciais.
– Biotecnologia
O uso dessa ferramenta auxilia e aumenta a eficácia do manejo à campo.
– Monitoramento durante o desenvolvimento da cultura
Sempre monitore e aplique inseticida quando 20% das plantas apresentarem raspagens.
– Rotação de produtos químicos
Ao utilizar inseticidas, a rotação de produtos evita a seleção de pragas
resistentes e ajudar a preservar a longevidade e eficácia das moléculas.
– Ferramentas complementares
O uso de feromônio, produtos fisiológicos e biológicos, são práticas que devem complementar e integrar um manejo mais sustentável..
– Faça refúgio
A adoção de refúgio é indispensável para o manejo de resistência da
lagarta-do-cartucho em plantas Bt.
Lagarta-da-soja – Anticarsia
gemmatalis
FOCO: Soja.
Inicialmente, a Lagarta-da-soja se comporta como a lagarta-mede-palmos, por não apresentar as patas abdominais desenvolvidas completamente. De acordo com seu crescimento, ela muda de hábito e não faz mais o movimento de “mede palmo”. Ela apresenta quatro pares de falsas pernas abdominais, o que a diferencia da Chrysodeixis includens, que possui apenas dois pares de falsas pernas.
Essa praga possui uma dinâmica populacional intensa. Em fases vegetativas, chegam a uma média de 400 ovos por postura.
O ataque da lagarta-da-soja é caracterizado pelo consumo de todo o limbo foliar, inclusive as nervuras. Se não for controlada no momento correto, a desfolha pode chegar a 100% em um curto período de tempo. Ela causa infestações precoces, nas fases V3 e V4, nos cerrados. Pode causar infestações tardias, entre as fases V6 a V8, principalmente no Rio Grande do Sul e Paraná.
Como manejar?
Apesar de as recomendações de manejo adotarem números de 40 lagartas grandes -maiores que 1,5 cm – por pano-de-batida, o agricultor não pode esperar o inseto chegar a este ponto. Considerando que o manejo sempre será mais eficiente com lagartas pequenas, o uso de produtos biológicos e fisiológicos em lagartas grandes não são efetivos.
Utilizando Controle Biológico
Para manejo com Baculovírus, é importante considerar como alvo as lagartas pequenas. Produtos como este, requerem tempo para agir e o estádio da espécie é crítico para sua eficácia. O monitoramento 3 dias após a aplicação deve ser mantido para verificar o resultado da aplicação.
Após este período se ainda houver lagartas em tamanhos maiores, produtos de outras classes devem ser utilizados para reduzir a infestação e evitar perdas de produtividade. A lagarta-da-soja é uma praga considerada de fácil controle com inseticidas dos grupos químicos organofosforados, piretroides, e fisiologicos
O controle biológico com inimigos naturais predadores de lagartas, como Calosoma spp, Lebia spp, Podisus spp. e parasitoides como o Trichogramma spp., também são alternativas no Manejo Integrado de Pragas.
Biotecnologia
A soja Bt (Bacillus thuringiensis) tem eficácia comprovada no manejo desta espécie, assim como inseticidas de mesma base. A tecnologia Intacta RR2 PRO controla a lagarta-da-soja por meio da proteína Cry1Ac. É importante lembrar que para que seja mantida a eficácia dessa ferramenta, a adoção de refúgio é fundamental. Reforçamos também que utilizar inseticidas à base de Bt em áreas de refúgio não é uma boa prática.
Lagarta-falsa-medideira – Chrysodeixis includens
FOCO: Soja.
A Lagarta-falsa-medideira é uma espécie desfolhadora, que não se alimenta das nervuras das plantas e acaba deixando um aspecto característico na folha – um rendilhado. É fácil reconhecê-la no campo, pois seu hábito de se deslocar dobrando o corpo como se estivesse medindo palmos é muito específico.
A fase lagarta do inseto dura de 13 a 20 dias. Nesse período, a praga pode consumir de 64 a 200 cm² de folha, ou seja: uma lagarta é capaz de consumir metade de uma planta de soja durante sua vida. As fêmeas dessa espécie vivem cerca de 15 dias e são capazes de ovipositar aproximadamente 700 ovos.
Quando está em estágio inicial, essa lagarta prefere atacar o terço inferior de plantas de soja e algodão. Em maior tamanho, a falsa-medideira é menos exigente, o que dificulta seu manejo, e neste caso, a tecnologia de aplicação faz toda a diferença.
Quando manejar?
Ao identificar as primeiras ocorrências de lagartas na lavoura o ideal é iniciar o manejo. O agricultor precisa estar preparado para realizar o manejo no início das infestações por vários motivos, entre eles:
– Lagartas pequenas são mais sensíveis aos produtos.
– O manejo inicial é mais eficiente utilizando doses adequadas.
– Em alguns casos, o atraso de 5 dias no manejo pode resultar em perdas significativas de produtividade.
Como?
Controle biológico
Condições de chuva favorecem o manejo da C. includens por conta dapresença de um inimigo natural que causa sua morte – o fungo Nomuraea rileyi. Produtos biológicos e fisiológicos podem ser utilizados em estágios iniciais da cultura, antes do fechamento das linhas e quando as lagartas são pequenas. Em estágios L1 e L2 é possível obter ótimos resultados. Vale lembrar que o uso excessivo de fungicidas nas lavouras reduz a eficácia deste fungo no manejo de lepidópteros.
Controle químico
Realizar manejo químico quando for verificada a presença de lagartas em no mínimo 3 batidas de pano em 10 pontos amostrais. Presente em todo o ciclo da soja, a praga atinge picos populacionais no período reprodutivo da cultura. Por isso é recomendado o monitoramento constante das lavouras.
Biotecnologia
A soja transgênica, que expressa a proteína Cry1AC, proveniente da bactéria Bacilus thuringiensis (Bt), é resistente
a C. includens e exerce poder
inseticida. Até o presente momento, essa ferramenta tem demonstrado eficácia no
campo, mas é importante ressaltar que o refúgio estruturado e o monitoramento
constante são peças chaves para manter esta tecnologia funcionando.
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